domingo, 27 de junho de 2010

O Evangelho da Graça revela a desgraça!


Acho interessante que um dos conselhos mais incentivados pelo mundo atual é representado pelo seguinte jargão: o caminho para a felicidade está em conhecer melhor a si mesmo. A seqüência da crença nesse conselho informa que o mundo pode ser transformado se eu mudar a mim mesmo. Infelizmente, para mim, este “provérbio” não se aplica. Isso porque não há nada de interessante ou inspirador em mim mesmo que desperte minha curiosidade ou interesse por conhecer-me melhor. E, ao mesmo tempo, todas as vezes que busquei mudar a mim mesmo falhei: não consigo me mudar; é necessário que alguém ou algo me mude. Talvez seja por esse motivo que quase sempre que tenho oportunidade de ministrar, o tema a que mais me dedico é acerca da Graça. Sou fanático, obsessivo pelo Evangelho da Graça.

Alguns, talvez, pensem que o fato de eu sempre enfatizar a Graça em minhas pregações é motivado numa busca pessoal por um “evangelho” de facilidades. Mas, na realidade, o que mais me atrai no Evangelho da Graça é que, ao passo que me afasto da tentativa de me conhecer melhor e busco conhecer melhor AQUELE que é a razão da minha existência, paradoxalmente, quem eu verdadeiramente sou é revelado. E fico completamente boquiaberto com o que vejo: podridão, indignidade, miséria, falência, impotência e qualquer adjetivo detrator que passe pela sua mente. É exatamente assim que sou revelado... Logo, percebo que não tenho poder algum de mudar a mim mesmo, quanto mais mudar o mundo; este poder, definitivamente, não vem de mim.

Em outras palavras, o Evangelho da Graça, ao invés de elevar minha auto-estima, a reduz e a aniquila, deixando manifesto apenas o poder DAQUELE, único, que pode de algum me transformar. Assim só me resta uma singular pergunta: por que um Deus tão santo, puro, justo e bom se entregou por um miserável como eu? A resposta, caro ledor, está no seu Amor, ainda conhecido apenas em parte (1Co 13.12), que se manifesta incondicional e condicionalmente. “Como assim?” - Você deve estar se perguntando. E eu respondo: o Amor de Deus é incondicional no tocante à entrega que Ele fez pela humanidade (Jo 3.16), e condicional relativamente a quem poderá usufruir de suas misericórdias. Ou seja: só participarão dos benefícios infinitos desse ilimitado Amor, aqueles que crerem no Filho de Deus com o coração, para a justiça, e confessarem com a boca, para salvação (Rm 10.10).

Entretanto, esse mesmo Amor é que me deixa completamente constrangido tendo em vista o quanto sou indigno de ser aceito por Ele (2Co 5.14). Não obstante, quanto mais mergulho nesse Amor e conheço esse Deus de Amor, mais percebo o quanto sou imerecedor e glorifico ÀQUELE, único, que é digno de receber a honra e a glória.

Sócrates, segundo os escritos de Platão, dizia que a medida de sabedoria de um homem estava totalmente vinculada à sua consciência do não saber. Acredito que, utilizando-me da construção dessa frase socrática, em relação à Graça de Deus, poderia reescrevê-la da seguinte forma: a medida de compreensão de um homem, acerca da Graça, está totalmente vinculada à consciência da sua desgraça e falência pessoal. A Graça a nós manifesta e revelada por Deus, conseqüentemente, revela a nossa desgraça e, por meio dessa revelação, passa a nos moldar, mudar e santificar.

Quão grande é o Amor de Deus revelado a cada um de nós, pobres miseráveis! Quão grande Graça que reduz a nada, ao passo que me revela a minha miséria, quem eu sou, para que Ele cresça em mim. Você não se acha merecedor dessa Graça? Bem vindo ao clube! Eu tenho certeza de que não sou merecedor! Mas a pergunta chave é: você deseja ser participante dessa Graça? Então creia no Senhor Jesus e O receba em sua vida!

A paz do Senhor a todos!

Jordanny Silva, servo e discípulo de Cristo mediante a indizível Graça do Criador; pastor segundo a Sua vontade soberana.