quarta-feira, 8 de julho de 2009

Qual o sentido da vida?


Depois de algum tempo sem postar...


Um amigo (não apontarei o seu nome) me fez a seguinte pergunta: Jordanny, me responda com serenidade querido: "Qual o propósito da criação do homem? Qual o sentido disso tudo? O porque de sermos criados e colocados nesse mundo de dor e sofrimento?" Obrigado e aguardo sua formar de pensar sobre isso!!?


Em face do conteúdo filosófico e bíblico inserido em tal indagação, estarei apresentando minha resposta, editada, para que àqueles que também já se fizeram esta pergunta, possam tirar alguma conclusão.


Boa leitura a todos!


Minha resposta:


Meu caro amigo,


Antes de tudo, agradeço pela profundidade da questão levantada e pela preocupação a esta dirigida. São poucos os que analisam isso, e você me tem feito apreender bastante com seus questionamentos. Discorrerei, a seguir, acerca de sua indagação central:


Na verdade você apresentou uma série de “quase” respostas. Entretanto, o “quase” é aniquilado diante do TERMINADO/FINISHED/CONSUMADO. O verdadeiro sentido da vida não se ocupa com frases e artifícios filosóficos complexos. Não! Toda a cultura e conhecimento dos maiores pensadores são reduzidos a nada diante do SENTIDO DA VIDA. Uma das verdades é que, cada ser humano, procura a “utópica” felicidade. Parece até que este “não lugar” (u – tophos) está escondido de todos os que apostam em sua intelectualidade ingênua, limitada e falida. Também não está maquiado em uma religiosidade POTESTATIVA que é capaz de atormentar seus súditos por meio do artifício do MEDO, que corta as asas dos pássaros, e de uma MORAL, que pode ser representada por uma gaiola que os PRENDE, nãos lhes dando quaisquer alternativas de vôo e de liberdade. Como dizia o seu filósofo favorito: “a moralidade é a mais eficaz maneira de arrebanhar o bicho homem”. Estaria então nas boas obras? Logo, o que eu faço justificaria tudo o que eu sou, significando a essência do meu ser? Afirmar isso é um equívoco. Multiplique um número infinito de “boas obras” por zero. A regra matemática nos informa que, qualquer número multiplicado por zero, é igual a zero. Logo está mais uma vez aniquilado o SENTIDO DA VIDA nas boas obras.

A mente do homem não consegue acompanhar as inescrutáveis e inefáveis respostas que existem tão somente no autêntico e essencial SENTIDO de TUDO. Ocorre que a vida de um ser humano é apenas uma parte do TUDO. É um pedaço de TODAS AS COISAS. Em si mesma não há sentido. E a tentativa de dar sentido ao “sem sentido” simplesmente aumenta as nossas angústias e nos encaminha para um resultado único, muito bem explanado por você: a morte de Deus.


O homem na busca desse sentido se vê em contato com a sua “onipotente” divindade, conseguindo assassinar o próprio Deus! Agora, o assassinato de Deus nos remete a um novo lugar: a exaltação das coisas criadas, axiológica ou fisicamente, que são postas diante do homem para administração e usufruto. Então, aposta o homem na busca incessante para poder alcançar todo o prazer que lhe é oferecido. Se este homem é rico, poderá investir uma FORTUNA na busca dessa felicidade disponível na “Terra do Nunca”, ou melhor, na “Terra no Nunca”. Percebendo a falência de comprar a tão sonhada FELICIDADE, o homem passa a apostar no PODER como sentido para a sua vida. O interessante é que, assim que adquire o poder, este homem (com o PODER de matar o próprio Deus) tenta justificar seus erros e sua corrupção por meio da máxima de Lorde Acton - “o poder corrompe; e o poder absoluto corrompe absolutamente” – quando na verdade, o PODER é apenas mais uma FERRAMENTA nas mãos de uma homem ABSOLUTAMENTE CORRUPTO. Ou seja, a justificativa para a corrupção e sofrimento não está no poder; a corrupção apenas alcança um aumento exponencial por meio do GRAU DE PODER QUE LHE É CONFERIDO.

Na busca incessante desse sentido, o homem chega à capacidade de tentar justificar seus atos e erros, por meio do próprio sentido. Assim, você alcança uma visão maquiavélica que sustenta uma total “liberdade” para se fazer o que quiser, desde que a finalidade seja atingida. Aliás, “os fins justificam os meios”. Para alcançar o “Não Lugar” vale tudo. Até mesmo dizimar e matar em nome desse SENTIDO. Desse modo, tudo estaria justificado no SENTIDO. E mais, dê a esse sentido o nome que você quiser. Muitos têm dado a esse SENTIDO, que avaliza, corrobora e ratifica a filosofia maquiavélica, de “deus”. Simples assim! Logo, em nome de “deus” me são lícitas todas as coisas e ao mesmo tempo me é conveniente tudo aquilo que me levará a um determinado fim; mesmo que eu não saiba essencialmente que vim seria este. Seria esse o sentido da vida?


Indo e vindo chegamos sempre ao famigerado Niilismo. É o que me faz rir. A profunda ignorância humana ainda insiste em depender de sua LOUCA sabedoria. A fortaleza humana apresenta um poder autenticamente FRÁGIL e VÁCUO. O “eu” é o deus ressurreto no bojo de toda a declaração de independência e liberdade. E novamente, matando a Deus, o homem ressuscita seu “deus”; e confia nesse “deus”. Esse “deus” é cultivado, mesmo que inconscientemente, em seu interior; o homem ainda sustenta a “evolução” deste “deus” que, atravessando um processo maquiavélico, pode ser e ter em SI MESMO um SUPER-HOMEM capaz de transcender quaisquer obstáculos físicos, psicológicos ou mesmo cósmicos.

Novamente, voltamos ao SENTIDO que você denomina da forma que quiser. Que tal chamarmos esse SENTIDO de CIÊNCIA? Exatamente! A tentativa de cientificar tudo e todos, revela mais uma vez a insistência em se agarrar o intangível SENTIDO DA VIDA. Para se ter uma idéia, o homem, transformando sua OBCECAÇÃO em OBSESSÃO, tenta sistematizar todos os temas e áreas do conhecimento, a fim de TRANSMUTAR tudo em ciência. A conseqüência é esse Frankenstein social, idealizado pela falível consciência e cognição humana; sociedade essa que se deteriora dia após dia, revelando um câncer já avançado e incurável. Seria a CIÊNCIA o SENTIDO DA VIDA?Meu caro amigo! Passaremos a vida buscando falar acerca do SENTIDO DA VIDA se não pararmos e analisarmos no lugar certo. A bem da VERDADE o SENTIDO DA VIDA está no motivo pelo qual TUDO EXISTE. O sentido da vida é JESUS CRISTO! “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm 11.36). A existência de toda a bondade, misericórdia, amor, alegria, paz, benignidade, caridade e justiça encontram NELE o PLENO SENTIDO. De mesmo modo, a existência de toda maldade, dor, pecado, ira, violência também encontram NELE o PLENO SENTIDO. Tudo está voltado para o CENTRO. O SENTIDO DA VIDA não é, definitivamente, encontrado no homem; ou seja, não é ANTROPOCÊNTRICO ou EGOCÊNTRICO. O SENTIDO DA VIDA é CRISTOCÊNTRICO.

2a Parte:


Meu caro, a resposta a esta questão permeia o aspecto ininteligível e incogniscível de Deus. O porquê de uma criação que resultaria em tanta dor? Em um primeiro plano, quando cientificados do atributo divino da onisciência, parece que estamos diante de um Deus que está brincando com a nossa realidade; afinal de contas, Ele já sabia no quê a criação daria desde o princípio; e ainda assim decidiu criar. Um dos aspectos mais inescrutáveis de Deus se revela no caráter onisciente, mas, ainda assim, decisivo no tocante à consecução de Seu projeto CRIACIONISTA. Sabemos que Deus não foi pego de surpresa pelo pecado de Adão, o qual gerou toda a sorte de maldade que existe na face da Terra. Ele sabia que Adão pecaria e ainda assim decidiu criar a humanidade.


Se analisarmos a questão por um âmbito de supervalorização humana, diríamos que em face do infinito amor de Deus lhe foi arrancado, até certo grau, o total domínio sobre Sua vontade, que se fez viciada, compelindo-O à criação independentemente do resultado desastroso que esta implicaria. Mas, particularmente, acredito que esta interpretação não é a chave para a resposta da questão levantada (se é que existe efetivamente possibilidade de o homem encontrar uma resposta). Percebo que, segundo a Palavra, Deus tinha por plano inicial o pecado. É por meio da criação do homem, que um dia pecaria, que Ele iria magnificar o nome, o amor, a misericórdia, a graça, a glória, a grandeza, a profundidade, a justiça e a ira de Seu Filho. Ele simplesmente se vale do pecado para glorificar Jesus Cristo (At 3.13; 10.46; Hb 5.5; Ap 15.4).

O pecado, que gerou toda a sorte de dor, faz parte do inescrutável propósito divino de engrandecer o Seu Glorioso Filho. A graça que nos alcançou nos faz plenamente conscientes de nossa insignificância e impotência diante da impossibilidade de nos salvarmos a nós mesmos. Ele Glorifica a Cristo, que chama e justifica àqueles a quem escolheu segundo o Seu propósito, os quais passam a revestir-se da natureza do Segundo Adão (o novo molde para o homem nascido de novo). A partir daí, já não vivemos nós, que nascemos de novo, Cristo é quem vive. Os atributos divinos comunicáveis passam a ser parte intrínseca deste novo homem espiritual. Somos, por conta dessa nova natureza, chamados para um propósito de amor, fé e boas obras em perfeita bondade e segundo à Verdade absoluta disponibilizada na Palavra de Deus. Tornamo-nos, cartas escritas, e nos dedicamos, a partir de então, não à nossa glória pessoal, mas à glorificação do Filho de Deus por meio de nossas vidas. Esse é o projeto que insere toda a dor, impiedade e malignidade que dominam este mundo, enquanto não há a manifestação integral da ira de Deus contra o pecado. Deus, por meio dos salvos, manifesta a Sua infinita misericórdia e Seu infinito amor; e, por meio daqueles que não creram em Seu Filho, manifesta o calor de Sua maravilhosa e gloriosa, porém, terrível ira, que foi preparada originalmente para o diabo e seus anjos.


Segundo à Palavra de Deus, percebo que este é o grande propósito e sentido da Criação. A partir daí não há muito mais o que responder. Percebo em Deus a plenitude de Sua justiça, apesar de a maioria das pessoas conceberem-No como injusto. Creio que o ato da cruz foi o aspecto mais profundo do plano de Deus para magnificar Seu Filho; e para isso era necessário o pecado. Deus é maravilhoso e incogniscível em Sua grandeza e sabedoria! Ainda assim manifestou Seu incomparável amor; não há como explicar as suas misericórdias. Honra e Glória seja a Ele!


A paz do Senhor a todos!
Jordanny Silva
http://jordannyblog.blogspot.com